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A Marinha do Brasil (MB) lançou o livro “Economia Azul: vetor para o desenvolvimento do Brasil” na manhã desta sexta-feira (18) na Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio de Janeiro (RJ). O evento foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Força (www.youtube.com/marinhaoficial). A obra, de cunho científico, contempla o primeiro grande compêndio referente à temática.

A publicação, que foi planejada e coordenada pela Diretoria-Geral de Navegação (DGN), organização da Marinha que possui uma forte interlocução com a comunidade marítima, traz à tona a reflexão de questões fundamentais referentes à Economia Azul para o País como conceitos, governança, ciência, tecnologia, inovação e aspectos econômicos. “Trata-se de um instrumento educacional, que visa tornar-se referência acadêmica no âmbito do ensino nacional e internacional e que fomentará o desenvolvimento da mentalidade marítima brasileira”, assegurou o Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar.

Com 816 páginas e 37 capítulos, a obra foi organizada por quatro doutores: Thauan Santos, André Panno Beirão, Moacyr Cunha de Araújo Filho e Andréa Bento Carvalho, além de contar com a colaboração de 83 autores. O livro será disponibilizado gratuitamente no site da Marinha, em formato e-book, e distribuído de forma impressa à diversas instituições de ensino e organizações nacionais e internacionais que têm relação com os temas abordados.  

O Capitão de Mar e Guerra e professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da EGN, André Panno Beirão, revela que o projeto começou a ser pensado em meados de 2018. Na época, ele participava como organizador de outro livro, “O valor do Mar”, e que primeiramente surgiram algumas iniciativas de realizar o livro sobre Economia Azul com outros órgãos como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Ministério da Economia, mas foi a Marinha quem acolheu a ideia. “É uma obra de peso, literalmente, afinal de contas o livro impresso pesa mais de dois quilos e tem mais de 800 páginas, é quase uma bíblia da Economia do Mar, espero que seja a primeira de muitas”, brincou.

Andréa Bento Carvalho, do Instituto de Ciências Econômicas Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande (Iceac/FURG) e que também está entre os organizadores do livro, conta que o oceano ainda apresenta segmentos desconhecidos pelos seres humanos, em parte, por ser inospitaleiro em certas zonas marítimas. “Concentrando em alguns casos abaixo d’água, temos as imensas florestas marinhas, também conhecidas por florestas azuis, fundamentais para a produção de oxigênio. Além disso, comercialmente podem ser utilizadas para a indústria de biofármacos e química”, sinaliza.

Já Thauan Santos, outro organizador da obra e Professor Adjunto de Economia do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da EGN, complementa que, de modo geral, há grande carência de dados e conhecimento científico no mundo acerca do oceano. Inclusive, a busca por maior conhecimento e geração de dados visa aprimorar a disponibilidade de dados e fortalecer a gestão sustentável do oceano. “Ainda que alguns setores no Brasil e no mundo tenham uma frequência bastante razoável de divulgação de dados detalhados e confiáveis, como ocorre no setor de transporte marítimo e petróleo e gás (P&G) offshore, há setores que carecem de maiores detalhes, séries históricas mais longas, dados meteoceanográficos com resoluções mais precisas, como é o caso da pesca e do turismo marítimo”, afirma. 

Para Moacyr Cunha de Araújo Filho, Vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e um dos quatro organizadores do livro, a capacidade de utilizar os mares como fonte de recursos e de forma sustentável vai ser diretamente proporcional ao nível de conhecimento que se tem dele. “Nós não podemos gerenciar aquilo que não conhecemos. Daí vem a importância da Ciência para o desenvolvimento de qualquer estratégia relacionada à Amazônia Azul, em particular à Economia Azul. A ciência aparece como uma estratégia absolutamente necessária e eu diria até um pré-requisito para que nós possamos explorar a nossa Amazônia azul”, acrescentou.

Fonte: Agência Marinha de Notícias